quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Um pouco da vida

Apenas um coração. Livre, leve e solto. Mas também um coração solitário, amante, mas não amado. Quem diria que um dia iria se sentir assim? Cercado por tantos outros corações, e mesmo assim, é como um infinito vazio de si mesmo. Não consegue viver como um ser normal, precisa vagar no seu vazio existencial, em escárnio de seu egocentrismo. Na mais total estupidez ou quem sabe teimosia de aceitar o inaceitável: os corações não são iguais.
Quantas rosas são necessárias para cultivar um jardim? Seria possível com apenas uma? Um jardineiro pode fazer coisas inimagináveis, apenas com as mãos. Caso o coração fosse uma rosa, seria possível regá-la com todos os mais belos sentidos do ser humano. O sentido do olhar, no qual o brilho dos olhos serve como fonte de energia, assim como os raios de sol. O sentido de respirar, que inala o seu perfume e lhe expira de volta ao ar, em estado de satisfação. Há também o sentido do tato, o toque suave das mãos, que podem lhe causar uma sensação de arrepio, através de suas carícias.
Assim como as rosas devem ser bem cuidadas, é preciso cuidar muito bem dos corações, sejam eles solitários ou apaixonados. Quanto maior a solidão, maior pode ser a paixão. Quanto maior a paixão na solidão, ainda maior pode ser o desespero, em busca de mais e mais solidão.
Mesmo assim a solidão é importante. Em diversas etapas da vida, o ser humano usufrui de variados momentos de solidão. Esses momentos servem para refletir sua existência neste mundo. Corações solitários, por exemplo, necessitam deles para entender, que em certos períodos da vida é preciso ter paciência e confiar no tempo. Deixar que ele se encarregue de colocar as coisas no lugar. Enquanto isso não acontece, é natural que se sigam os próprios caminhos, com cautela, mas sem medo de errar.
Tropeços, quedas, derrotas, todas essas coisas são comuns. Porém o que se faz com elas, é o que suaviza ou prolonga a agonia do tempo que não volta mais.
No final de tudo isso, aquilo que mais importa é viver não importa como, mas sim, que se viva. Palavras, frases, livros, nada disso tem maior importância do que o ato de ser humano. Acertar ou errar. Que se dane o medo. Já que não adianta se lamentar pelo que passou, só resta fazer da vida um infinito de sentir, rir, chorar, bater com a cabeça na parede e fazer tudo de novo. Quando necessário, olhar para trás, apenas para não cometer os mesmos erros dos quais não se orgulha, mas apenas se quiser.
Com estas poucas palavras, estou de volta, como blogueiro, e mais adiante, com novidades.
Abraço a todos.

Nenhum comentário: